Sejam mortos trazidos de volta por feitiçaria vodu ou cadáveres animados pela ciência, zumbis sempre fizeram parte do imaginário coletivo da humanidade. Na literatura, se fizeram presente desde “O épico de Gilgamesh”, poema escrito na Mesopotâmia milênios antes de Cristo. Mas foi o cinema – em particular o grande mestre diretor George Romero – o responsável pela disseminação destas criaturas na cultura pop. Além de Romero, diretores como Peter Jackson e Sam Raimi chegaram a fazer grandes filmes de zumbis antes de ficarem famosos por seus trabalhos em O Senhor dos Anéis e Homem-aranha, respectivamente.
Obviamente que a mídia eletrônica não iria ficar de fora. Existem toneladas de jogos em que o objetivo primordial é matar zumbis, e a explicação para isto é bastante simples: poucos homicídios são mais justificáveis do que quando você mata alguém já morto. Por isso, colocar protagonistas contra oponentes sem batimentos cardíacos é uma forma de garantir que o jogo seja violento arranjando menos problemas com a censura e com os politicamente corretos.


Mesmo assim, todos sabemos que os ingredientes fundamentais para um bom jogo com zumbis: hordas famintas, sobreviventes acoados e reações desesperadas com uma ocasional motosserra ou escopeta esquecida por aí. Como a fórmula é simples, ela foi repetida a exaustão, com diferentes graus de sucesso e comprometimento: existem grandes jogos de zumbis até mesmo em flash (como os gratuitos Zombiegrinder 60000 e Zombie Defense 1 e 2) e versões de filmes famosos que não conseguiram retratar bem o espírito de sua mídia original, como o caso de Evil Dead, que teve vários jogos, mas todos aquém dos filmes.

Confira a lista dos melhores games com os comedores de cérebros, e não se esqueça: zumbi bom é zumbi morto. Definitivamente.

10. Dead Nation (Housemarque, PS3, 2010)


Dead Nation é um jogo de ação com visão de cima que coloca até dois jogadores na pele de soldados fortemente armados, que devem mandar bala para abrir caminho por uma nação tomada após a praga zumbi. A cada oponente derrotado, você ganha dinheiro para comprar armas, munições e itens de proteção, que podem ser adquiridos em lojas convenientemente espalhadas pelo que restou do país.
Além de ação frenética, o jogo apresenta boa jogabilidade e feitos de luz interessantes. O game é exclusivo da PSN, mas foi oferecido gratuitamente no pacote de boas vindas após o hack da rede da Sony este ano.

9. Stubbs the Zombie (Wideload; PC, Mac, Xbox, Xbox 360; 2005)


Cansado de matar zumbis? Que tal ser um deles, para variar? Em Stubbs the Zombie você controla um “rebelde sem pulso” que aterroriza uma pequena cidade fictícia na Pensilvânia retro-futurista de 1959. Stubbs come cérebros, destaca partes do seu corpo e ainda ataca inimigos com terríveis bombas flatulentas enquanto tenta montar um exército de mortos vivos, mas toda esta destruição tem um motivo nobre: Stubbs quer apenas encontrar seu verdadeiro amor.
Porém, como todo protagonista incompreendido, nosso herói terá que enfrentar uma série inimigos até conseguir encontrar a sua cara-metade, e quando encontra, acaba decidindo que ela é melhor como refeição do que como companhia.

8. Doom (iD Software, PC e várias plataformas, 1993)


Mais do que um clássico, Doom é uma verdadeira referência para todos os jogos de tiro – e também para os games que colocam você contra legiões de mortos vivos! Neste game antológico da iD Software, você controla um fuzileiro colonial exliado em Marte que precisa investigar estranhos fenômenos sobrenaturais, como soldados mortos voltando do túmulo para matar seus antigos comandantes.

Mas apesar desta insubordinação, os zumbis ainda mantém alguns hábitos de seus dias de soldado, como carregar armamento pesado – em Doom, os zumbis não querem saber de caçar cérebros: eles estão mais preocupados em despejar chumbo!

7. Plants vs. Zombies (PopCap Games; PC, Mac, PS3, Xbox360, DS e celulares, 2009)


A PopCap é especialista em fazer jogos simples e viciantes, como Bejeweled e Peggle, e este não é exceção. Essencialmente, Plants vs Zombies é um jogo de jardinagem onde você precisa cultivar o terreno com várias plantas agressivas para que elas contenham a invasão zumbi.
Com jogabilidade estilo tower defense, este game parece uma mistura de Farmville com Zombie Defense, mas apresentando gráficos cartunescos que tornam os mortos vivos bem distintos e carismáticos – para um bando de cadáveres, até que os zumbis da PopCap são bonitinhos.

6. Zombies ate my Neighbors (LucasArts, Snes e Mega Drive, 1993)

Depois que zumbis devoraram seus vizinhos, os adolescentes Zeke e Julie precisam fugir pelos quintais do bairro procurando sobreviventes – cheerleaders loiras empolgadas, gordões tomando banho de piscina e outras pessoas que parecem estar completamente alheias ao fato de que o fim do mundo já começou. Para se defender dos inimigos, os dois heróis utilizam um arsenal criativo, que conta com pistolas de água, latas de refrigerante explosivas e até bazucas.

Ao longo das 48 fases do game, você passa pelos subúrbios, por um shopping center e até pelas ruínas de um castelo, combatendo zumbis e outros monstros clássicos da literatura. Com gráficos coloridos e gameplay vibrante, Zombies ate my Neighbours é um game criativo, que fica ainda mais divertido quando você se junta a um amigo no modo cooperativo para dois jogadores.

5. House of the Dead: Overkill (Headstrong Games, Wii, 2009)


Os primeiros games da franquia House of the Dead eram basicamente uma versão rail shooter de Resident Evil. Porém, quando a série chegou no Wii, ganhou uma roupagem nova e muito mais interessante, inspirada nos filmes B dos anos 70. Por conta disto, Overkill é um jogo notadamente canastrão: os personagens tem atuações forçadas, a violência é gratuita, o enredo é bizarro, as mulheres são hipersexualizadas e há uma série de piadas de gosto duvidoso, além de paródias metalinguísticas como erros de continuidade e defeitos de projeção característicos do cinema de baixo orçamento.
Por tudo isso, este House of the Dead é um game impressionante, ainda mais se considerarmos que foi lançado para um console da Nintendo, empresa conhecida por investir em jogos mais “família”. Overkill ganhou uma versão extendida PS3 em outubro deste ano, contando com gráficos em HD e compatibilidade com o controle Move.

4. Resident Evil (Capcom, várias plataformas, 1996)


Apesar dos últimos lançamentos desta franquia da Capcom terem enfocado mercenários, majini e vítimas de uma estranha praga, o mal residente da Capcom sempre será o a praga dos zumbis, mortos que levantam do túmulo por causa das experiências da Umbrella Corporation com vírus desconhecidos. A série surgiu em 1996, mostrando a ação de um grupo de forças especiais (os STARS) investigando o trabalho de um cientista maluco em uma mansão abandonada que, digamos, acabou sendo repopulada por habitantes que insistem em se levantar do túmulo.
Resident Evil ganhou várias continuações, ports para diversos consoles e entrou para a história dos videogames como um dos jogos que popularizaram o gênero Survival Horror. Sua fórmula foi copiada a exaustão, mas o original continua sendo soberano, e permanece até hoje como um dos jogos mais influentes dos anos 90.

3. Dead Island (Techland; PC,PS3, Xbox 360, 2011)


Para muitos de nós, a definição de férias frustradas é um final de semana na praia com o tempo nublado. Porém, para os visitantes da fictícia ilha de Banoi, as coisas ficaram muito piores do que algumas simples nuvens de chuva: quando o luxuoso resort Palms Hotel é atacado por criaturas mortas vivas, a luta pela sobrevivência passasse a ser a prioridade dos hóspedes que outrora se deliciavam com festas exageradas regadas a drinks coloridos.
Nesta aventura em primeira pessoa de mundo aberto, você explora o que sobrou do hotel após o ataque, e precisa descobrir um jeito de fugir do local, mesmo sabendo que o mundo nunca mais será o mesmo após o surgimento da ameaça zumbi.

Dead Island teve alguns problemas de distribuição, mas apesar destes atropelos, o game é ótimo e vale ser jogado até o final – se não acredita, assista ao trailer do game, possivelmente a melhor peça promocional de um jogo de videogame em toda a história:


2. Dead Rising (Capcom, Xbox 360, 2006)


10 anos depois de Resident Evil, a Capcom nos brindou com outro sensacional jogo de zumbis. Porém, se Resident é inspirado em George Romero, Dead Rising apresenta uma estética digna de Peter Jackson no começo da carreira: o jogo é trash do começo ao fim, e nem a ambientação em um shopping center esconde que este jogo está mais para Fome Animal do que para Madrugada dos mortos.

Tudo começa quando o fotojornalista Frank West chega a uma pequena cidade do Colorado atacada por zumbis. Ele e outros sobreviventes tentam se manter vivos em um shopping, cabendo a Frank descobrir a verdade por trás da ameaça. Para isto, ele pode usar literalmente tudo que estiver a seu alcance como arma, dando uma boa variedade ao game.

Dead Rising ganhou um remake para Wii em 2009 chamada Chop Till You Drop, mas o jogo era graficamente mais feio e, ao contrário da versão para Xbox, focava mais em tiroteios (com uma jogabilidade emprestada de Resident Evil 4) do que nos combates com armas improvisadas. Uma sequência foi lançada em 2010 e os personagens da franquia já fizeram até aparições em jogos de luta, como Tatsunoko versus Capcom.



1. Left 4 Dead (Turtle Rock Studios/Valve; PC, Mac e Xbox 360, 2008)


Poucos jogos conseguem fazer um jogador se sentir na pele de um sobrevivente como Left 4 Dead. E assim como em muitas situações de crise, a chave para o sucesso no game reside no trabalho em equipe: neste jogo de tiro em primeira pessoa, o foco é a cooperação.
Quatro sobreviventes distintos se vêem em meio ao turbilhão de violência de uma cidade devastada pelos mortos vivos, precisando coordenar suas ações e avançar com cautela para não virar lanche para as centenas de cadáveres que tomam as ruas. Left 4 Dead é um jogo tenso, onde você pode morrer facilmente caso fique no lugar errado – e o lugar errado geralmente é longe dos seus amigos, já que as armas dos outros três companheiros são inestimáveis para conter o avanço da horda.

Se não bastasse este sentimento de impotência individual, a munição não é abundante, e kits médicos são raros como água no Saara. Mais do que um jogo, Left 4 Dead é um simulador de apocalipse. O game ganhou uma continuação tão boa quanto o original em 2009, e já está mais do que na hora para um L4D3 chegar as lojas, trazendo novos sobreviventes e inimigos ainda mais brutais.

0 comentários:

Postar um comentário


Copyright © 2012 Put the Glasses Todos os Direitos Reservados. Powered by Blogger.